segunda-feira, 20 de abril de 2015

Dinheiro mal explicado e sem destino voou para todos os lados na última gestão de Roseana Sarney

Na Secretaria da Fazenda, na Secretaria do Meio Ambiente, na Empresa Maranhense de Administração Portuária, na Secretaria da Saúde, no Detran, na Secretaria de Justiça. A corrupção no Maranhão se espalhou como praga. Lendo essa matéria você saberá porque o Maranhão, há tanto tempo, é o estado mais pobre do Brasil.



O Maranhão escapou por pouco de uma intervenção federal, durante o governo Roseana Sarney, por conta da crise no Sistema Penitenciário. O Sindicato dos agentes penitenciários responsabilizou as terceirizações ali contratadas pela crise. Uma das terceirizadas, a Atlântica Segurança Técnica é de propriedade de Luis Carlos Cantanhede, sócio do marido da então governadora, Jorge Murad.  Outra, a VTI Tecnologia da Informação, recebeu uma bolada de 66,3 milhões em 2013. Do ano em que assumiu, 2009, até 2013, os gastos do governo Roseana com as terceirizadas em Pedrinhas subiram de R$ 10 milhões para 88,7 milhões, 778 % a mais. Sabem o que significa isso? Dinheiro do povo voando para todo lado.

 
O lucro apresentado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária – Emap, durante a gestão de Roseana era de 100 mil reais por mês. O formidável Porto do Itaqui, com seu Terminal de Grãos e transportando minério de todo tipo, apresentava o irrisório lucro mensal de 30 mil reais. Em apenas 3 meses do governo Flávio Dino o lucro da Emap subiu a 11 milhões de reais. Sabem o que quer dizer isso? Dinheiro do povo voando sem direção certa. E o filósofo preferencial de Sarney, Joaquim Itapary, chorou sua fúria copiosamente, nas páginas do jornal O Estado do Maranhão, porque foi demitida da Emap uma parente sua cujo salário saltou de 5 para 13 mil reais, misteriosamente.

 
Na Secretaria de Saúde, o valor pago pelo Estado pelas terceirizações, quase sempre divididas entre as mesmas três empresas, caiu de 90 para R$ 60 milhões, no governo Flávio Dino, uma economia de R$ 30 milhões do dinheiro do povo. Agora são oito empresas terceirizadas, distribuídas em diversas regiões. Consta que a Secretaria de Saúde comprava um copo de leite a 12 reais. Sabem o que quer dizer isso? Dinheiro do povo voando para lugar incerto e não sabido.

 
No Detran, a coisa era pior ainda. Uma Ação Civil Pública exigiu, por motivos óbvios, o encerramento de todas as terceirizações da autarquia no prazo de três anos. Cumprindo Termo de Ajustamento de Conduta homologado pela Justiça, em 14 de janeiro de 2015, a atual diretoria do Detran conseguiu evitar um prejuízo de 1 bilhão de reais aos cofres do Estado. A empresa vencedora da nova licitação substituiu contratos de 4 empresas que totalizavam 2,3 milhões de reais reduzindo esse valor para 1,6 milhão, uma economia de 29,75 %. Sabem o que significa isso? Dinheiro do povo voando para contas particulares.

 
Na Secretaria Estadual do Meio Ambiente uma única empresa, a Tramity, vencia licitações e, em cadeia, sócios da mesma empresa venciam outras licitações diferentes ou consequentes na mesma Secretaria. As ligações dessa empresa com o deputado Sarney Filho ficaram evidentes depois que a imprensa investigou os termos de um discurso do deputado Fernando Furtado. Sabem o que significa isso? Mais dinheiro do povo voando para contas particulares.

 
O Jornal Pequeno denunciou a duplicação de benefícios fiscais no final do governo Roseana Sarney. O valor das desonerações chega, hoje, a 1 bilhão de reais, fantásticos 20 % de toda a arrecadação tributária anual do Estado. Com uso, inclusive, de CPFs fraudulentos, as isenções fiscais e regimes especiais para os “amigos do peito” do governo anterior deixaram um rombo calculado em 500 milhões de reais nos cofres públicos.

 
E vocês agora sabem porque, há tanto tempo, o Maranhão é o Estado mais pobre do Brasil.




por JM Cunha

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